Rio registra aumento de pelo menos 40% no número de casos de roubos de celular, segundo dados do ISP
12/01/2025
(Foto: Reprodução) Dados não incluem os registros do mês de dezembro, que ainda não foram contabilizados pelo Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro. Turista teve aparelho levado por criminosos quando ia para festa. Assaltante guarda arma ao lado de celular de vítima antes de sair de ônibus do BRT.
Reprodução/ Mobi Rio
A cidade do Rio de Janeiro registrou um aumento de 40% no número de roubos de aparelhos celulares, de acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP). Os dados acumulados do ano passado são de 13.018 casos, contra 9.269 no ano de 2023.
Os registros não incluem os números de roubos de celulares no mês de dezembro do ano passado, que ainda não foram contabilizados pelo ISP. Ainda assim, a diferença acumulada superou em 3.749 casos o ano passado.
Os casos de furto também aumentaram 10% no mesmo período. De 26.627 no ano passado para 24.214 em 2023.
O roubo envolve uso de violência e ameaça contra a vítima, enquanto o furto não tem essas características.
Turista
A esteticista Giulia Cravo foi uma das vítimas. Natural de Salvador, ela viajou ao Rio em setembro para participar do Rock in Rio. Um dia depois, ela foi ao Centro com amigos para participar de uma festa.
“O motorista parou um quarteirão antes. Eu não sabia que era o lugar errado. Estava com amigos, que também não conheciam a área. Em questão de minutos, chegaram 4 caras em 2 motos, nos abordaram e exigiram os celulares”, contou a jovem.
Uma amiga de Giulia chegou a fugir e os bandidos a perseguiram pelas ruas, mas ela conseguiu entrar em um automóvel de aplicativo a tempo. Ela, no entanto, entregou a bolsa aos criminosos e não reagiu.
“Perdi celular, carregador, minha CNH, a chave da casa da minha tia, onde estava hospedada”, afirmou.
Desde que foi roubada, Giulia esteve no Rio outras vezes. Apesar de gostar da cidade, fica o susto.
“Nunca tinha visto arma assim, de perto. Havia sido furtada em Salvador, mas sem essa violência”, destacou.
A região central do Rio, onde Giulia foi roubada, é a que concentra o maior número de casos do crime na capital fluminense. De acordo com o ISP, a área do Centro, Gamboa, Santo Cristo, Saúde, Lapa, Santa Teresa e que inclui Paquetá, contou com 1.701 ocorrências no ano passado.
Ônibus
Em outro caso, no fim do ano passado, um passageiro de um ônibus do BRT que passava pela Barra da Tijuca foi ameaçado por um homem com uma arma. Ele e os comparsas roubaram todos que estavam no veículo.
Ele levou uma coronhada quando um dos criminosos gritava com ele, exigindo a senha do celular que ele havia entregado sem resistência.
"Fala a senha! Vai entregar a senha, não? Vai tomar coronhada! Fala a senha! Fala a senha!", grita o bandido, enquanto levanta o braço com a arma e o agride na cabeça.
O g1 entrou em contato com o Governo do Estado do Rio de Janeiro, que não se pronunciou sobre os dados até a última atualização desta reportagem.
